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sexta-feira, março 17, 2006

Palavras sem sentido (1 de Dezembro de 2001)


Palavras sem sentido
Profere sem pensar
Pois o pensamento não reside no escuro,
Excepto o das sombras,
Que o perseguem em noites
De forte luar;
Senta-se a um canto
No quarto escuro,
Sente-se só, naquele quarto andar.
...
Já nada faz sentido:
Os sentimentos, as palavras... Nada!
Fecha o grande livro,
Começa a recitar de novo
As palavras sentidas sem sentido,
Estão lá!
Moram dentro de si,
Na sua alma ou espírito...
Talvez apenas no seu cérebro...
Já as diz sem pensar...
...
Um som agradável foge do velho piano,
A única coisa que com ele partilha aquele velho quarto
Do quarto andar...
Partilha também a vida,
Já não profere palavras não pensadas,
Apenas toca olhando o escuro, o nada... o tudo!
Num leve momento pára, suspira...
Volta-se... vai até à janela...
Olha a lua, suspira de novo!
- Estarei eu louco? (sussurra para ele mesmo ou para ninguém)
Num gesto suave, apenas digno de uma mãe,
Fecha os olhos... diz adeus à lua, ao piano, ao grande livro,
À vida também!


Helena Azul


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